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Brechó de luxo 'Desapego Legal' de São José dos Campos é investigado por calotes milionários


O brechó de luxo Desapego Legal, de São José dos Campos, está no centro de uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo, acusado de aplicar calotes que somam cerca de R$ 5 milhões. A empresa, comandada pela empresária Francine Prado, responde a aproximadamente 100 processos judiciais, segundo reportagem exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo.


Clientes de diversas regiões do Brasil alegam que o brechó deixou de repassar os valores referentes à venda de itens de luxo consignados. Entre os casos mais emblemáticos, uma cliente afirma ter enviado 183 peças, avaliadas em R$ 285 mil, e que, após receber algumas parcelas iniciais, os pagamentos cessaram. “No começo, parecia confiável, mas agora me sinto completamente roubada”, relatou a vítima.


Os relatos apontam que, inicialmente, os pagamentos eram realizados pontualmente, incentivando os clientes a consignarem mais produtos, como bolsas, sapatos e acessórios de grifes famosas. Contudo, nos últimos anos, os repasses teriam parado, deixando centenas de pessoas sem retorno financeiro. Francine Prado e seu marido, sócio na empresa, teriam apresentado sucessivas desculpas e promessas de regularização, sem cumpri-las.


A crise afetou também intermediários e prestadores de serviços. Lázaro, da Bahia, que atuava como parceiro do brechó, relata ter acumulado dívidas de R$ 250 mil devido à falta de pagamentos, o que o obrigou a vender o carro e contrair empréstimos. “Minha vida virou um pesadelo. Fui ameaçado até de perder meus móveis para pagar as dívidas”, declarou.


Newton, um especialista em restauração de itens de luxo, afirma que a empresa lhe deve R$ 10 mil e que uma proposta feita pela proprietária para quitar a dívida foi recusada. “Ela sugeriu que eu ficasse com uma bolsa como pagamento, mas eu só quero receber pelo meu trabalho”, disse.


Apesar das acusações e do crescente número de processos judiciais, o Desapego Legal ainda opera online, contando com mais de 221 mil seguidores nas redes sociais. Em nota, a empresa nega as acusações e atribui a situação a dificuldades financeiras, afirmando que já fechou acordos com mais de 400 fornecedores.


O Ministério Público confirmou que investiga possíveis práticas de estelionato por parte do brechó e declarou que tomará as medidas cabíveis caso as irregularidades sejam comprovadas. Enquanto isso, vítimas se organizam em grupos de WhatsApp, reunindo mais de 200 pessoas que buscam apoio jurídico e planejam ações conjuntas.


Em live nas redes sociais, nesta segunda-feira, 27 de janeiro, a empresária Francine Prado, dona do brechó de luxo ‘Desapego Legal’, se defendeu das acusações e afirmou que a mídia tende a ser tendenciosa. “Por que ninguém me procurou quando eu fazia 12 horas de live? Por que ninguém me procurou quando a gente vendia R$ 5 milhões por mês? Por que ninguém me procurou?".

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