
Cerca de 150 pessoas participaram de um ato em frente ao supermercado Carrefour, no Jardim Aquarius, em São José dos Campos, na tarde desta sexta-feira, após a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, por seguranças, na unidade de Porto Alegre-RS na noite de quinta-feira.
Negro, ele foi morto por asfixia por dois seguranças brancos, enquanto uma outra funcionária filmava a ação. Os dois homens foram presos. João Alberto deixou mulher e quatro filhos. O assassinato gerou uma onda de protestos por todo o país, alguns inclusive com atos de violência, como em uma unidade do Carrefour nos Jardins, em São Paulo.
Em São José, porém, não foi registrado nenhum problema e a manifestação aconteceu de forma pacífica, organizada por diversos movimentos sociais como a Frente Preta-SJC e a Associação de Favelas de São José dos Campos.
“Foi muito emocionante o ato. Foi totalmente pacífico, mas os seguranças e policiais estavam preparados para repressão por conta de todos os atos que estavam acontecendo nacionalmente”, afirmou João Vitor Souza, do Frente Preta-SJC.
Pessoas com faixas, cartazes e gritos de ordens participaram da manifestação. Alguns chegaram a subir nos caixas do supermercado para protestar.
SUPERMERCADO.
Na sexta, o Carrefour emitiu nota oficial se posicionando sobre o assassinato de João Alberto.
“Sobre a brutal morte do senhor João Alberto Silveira Freitas na loja em Porto Alegre, no bairro Passo D’Areia:
O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário. O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais”.
Fonte: Jornal O VALE