As empresas do transporte coletivo de São José dos Campos pediram à prefeitura reajuste na tarifa. O teto pedido por uma das empresas chega a R$ 6, o que elevaria, caso aprovado, a passagem em 46,3%. A prefeitura informou nesta segunda (14) que não há justificativa para que o bilhete chegue a R$ 6. Não há prazo para definição do valor do reajuste. (leia abaixo)
O valor atual, aos usuários comuns, é de R$ 4,10 - empresas pagam tarifa diferenciada, de R$ 4,70 nos vale-transportes.
De acordo com o documento enviado à prefeitura, na última sexta-feira (11) pelas operadoras do serviço, os pedidos variam de R$ 5,24 a R$ 6 (com e sem ISS).
O último reajuste aplicado à tarifa ocorreu, apenas à empresas, em março. A inflação oficial, medida pelo IPCA, foi de 3,1% desde o aumento.
Segundo as empresas de ônibus, o valor do pedido de reajuste considera a elevação necessária para manter o equilíbrio financeiro do serviço e também inclui índice por 'perda na produtividade'. Saens Peña, CS Brasil e Expresso Maringá justificaram perda de pelo menos 8% no volume de passageiros desde dezembro de 2012.
“Como é sabido e já levado ao conhecimento de vossas senhorias em outros anos, a tarifa de transporte coletivo encontra-se defasada, e vem se acumulando de forma crescente, ano após ano”, disse no trecho do pedido a CS Brasil.
Valores
A CS Brasil pediu tarifa a R$ 5,40; a Saens Pena, de R$ 5,59; e Expresso Maringá, R$ 6. Esses valores consideram cobrança do ISS (Imposto sobre Serviços), de 3%. No entanto, desde 2014 as empresas não pagam o tributo, beneficiadas por leis aprovadas na Câmara.
Considerando a manutenção da isenção neste ano, cuja última lei aprovada está em vigor desde abril de 2017, os pedidos de aumento para as empresas são menores: variam de R$ 5,24 a R$ 5,83.
Histórico
Apesar dos pedidos neste ano, em 2017 e 2018, o reajuste concedido pela prefeitura foi, respectivamente, de 7,89% e 14,6% - o último índice aplicado apenas às empresas, com congelamento de valor aos demais usuários.
Na capital, cujo reajuste começou a valer no último dia 6, o aumento autorizado pela prefeitura foi de 6,25% ao transporte coletivo.
Outro lado
Por nota, a prefeitura informou que recebeu as propostas, mas que vai analisar os aspectos contratuais e custos para aplicar o reajuste. Entretanto, afirmou que não há fator que possa levar a tarifa a R$ 6, como solicitado.
“Com base neste pedido e no contrato de concessão, a Secretaria de Mobilidade Urbana inicia a análise, considerando aspectos contratuais como progressão inflacionária, dissídio da categoria e reajustes de combustíveis, além de aspectos operacionais como o tamanho da frota, dos itinerários e a quantidade de passageiros transportados", disse a prefeitura em nota.
A reportagem do G1 também procurou o consórcio BussVale, que representa as empresas, mas ninguém quis comentar o assunto.
Fonte: G1 Vale do Paraíba e Região (Texto e foto copiados na íntegra)