Funcionários dos Correios anunciaram paralisação no Vale do Paraíba nesta segunda-feira (12). Apesar disso, o atendimento nas agências foi normal, já que, segundo o sindicato, apenas os carteiros aderiram à greve até o fim da manhã.
A paralisação acompanha a greve nacional que suspende os serviços por tempo indeterminado no país. Na região, o protesto começou à meia-noite e deve durar 24h. Em São José dos Campos, as agências da Nelson D'ávila, Santa Clara e São João funcionaram normalmente nesta segunda-feira.
Segundo o sindicato, a paralisação é contra alterações propostas pela direção dos Correios, entre elas no Plano de Cargos, Carreiras e Salários e no plano de saúde dos trabalhadores. A pauta será discutida nesta segunda em audiência entre a entidade e os Correios no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
O protesto foi aprovado em assembleia e, após a reunião no tribunal, devem decidir se mantém novos protestos. Ao todo, a região conta com 56 agências dos Correios e 1400 funcionários. O sindicato informou que todas aderiram ao movimento em apoio às reivindicações.
Reivindicações
Entre as razões para a greve estão plano de carreira e retirada de benefícios. Veja abaixo:
alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Salários
cobrança de mensalidades e retirada de dependentes do plano de saúde
suspensão de férias a partir de abril para carteiros, atendentes e operadores de cargas
redução da carga horária e do salário de funcionários da área administrativa
extinção do cargo de operador de triagem e transbordo (responsável pelo processo de tratamento e encaminhamento de cartas e encomendas)
fechamento de mais de 2.500 agências próprias por todo o Brasil
não realização de concurso público desde 2011 e planos de demissão voluntária, que reduziram o número de funcionários
Segundo os Correios, a questão do plano de saúde foi discutida “exaustivamente” com as representações dos trabalhadores, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo Tribunal Superior do Trabalho e que, após diversas tentativas sem sucesso, a forma de custeio segue para julgamento pelo TST.
A empresa aguarda uma decisão conclusiva para tomar as medidas necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quando os Correios tinham capacidade financeira para arcar com os custos.